Quando você imagina que conhecendo uma região da Costa Rica você viu tudo, esse país que faz parte do Caribe na América Central, surpreende com novas aventuras e experiências.
Ainda são poucos os brasileiros que elegem a Costa Rica como destino de férias e passeios. Menos de 16 mil visitaram o país no ano passado, mas somente no primeiro semestre de 2023, quase 10 mil desembarcaram em San José, a capital, tornando o Brasil um dos seis principais emissores da América do Sul.
País menos conhecido dos brasileiros que Jamaica, Aruba República Dominicana ou Bahamas, quatro dos 18 países que formam a região, a Costa Rica é o verdadeiro destino para quem gosta de ecoturismo e praias (sejam as do Pacífico ou do Caribe).
A cultura de preservação da natureza está enraizada na cabeça e nas ações de todos os costarricenses o que faz que o país tenha 35% de sua área coberta por uma floresta natural, 13,7% de floresta secundária e 4,6% de floresta decídua temperada. 6% da diversidade do mundo está nesse país de apenas 51,1 mil km² (maior que o Espírito Santo com seus 46 mil km² e menor que o Rio Grande do Norte, com 52,8 mil km²). Além disso, a Costa Rica tem 120 vulcões, mas poucos ativos, como o Poás, a cerca de 35 km da capital, visita que deve ser programada, sim, porque não há perigo para conhecê-lo se o Parque estiver aberto para visitações.
Mais um dado impressionante: 97,5% da população é alfabetizada. A maioria fala o inglês.
E receber turistas é um dos principais negócios da Costa Rica. O turismo representa 6% do PIB – Produto Interno Bruto – (dados de 2021) diretamente e se forem sendo somadas a influência do turismo indiretamente, esse valor totaliza 10,8% (dados de 2019), ou seja, em 2021, o turismo rendeu ao país US$ 3,8 bilhões. O salário-mínimo é de ₡ 258 mil (colones) equivalente a US$ 479 (R$ 2,5 mil).
Apesar de pequena, a Costa Rica tem muito a mostrar e oferecer. Para todos os bolsos.
Now Boarding visitou a Costa do Pacífico do país em junho e, agora, o Instituto Costarricense de Turismo convidou jornalistas da Abrajet (Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo) para conhecer o Caribe Norte e Sul, duas regiões totalmente diferente, apesar de próximas na província de Limón.
Mas, antes, vamos falar da capital, San José.
O que fazer em San José
A capital concentra praticamente metade dos 5 milhões de habitantes da Costa Rica: são quase 2,5 milhões vivendo em San José. Durante o dia, mais de 1,5 milhão de pessoas passam pelo Centro que tem vida agitada 24 horas principalmente por sediar empresas que trabalham com países Ásia e Europa na área de tecnologia. Muitos dos componentes dos microchips usados no mundo são fabricados na Costa Rica.
A tecnologia é a terceira maior fonte de receita do PIB, atrás do turismo e exportação de bananas. O quarto, acredite, vem da venda de soros antiofídicos porque na Costa Rica vivem 227 espécies de cobras; 27 venenosas.
Normalmente o turista fica muito pouco tempo em San José, que é a porta de entrada dos principais voos do país e conexão para os diversos destinos internos. Mas é um desperdício não ficar ao menos dois dias na capital.
Primeiro, pelos hotéis. A rede hoteleira de San José é muito boa e você pode escolher, por exemplo, se hospedar num hotel boutique. Não vale a pena só dormir, curta um pouco do hotel. Depois, três museus devem ser visitados: Museu do Oro, Museu Nacional e Museu do Jade.
O Museu Nacional, na Praça da Democracia, retrata a Costa Rica desde seus primeiros habitantes até hoje. É uma viagem pela história do país somente num lugar. Aberto de terça a sábado, das 8h30 às 16h30, e domingo, das 9h às 4h30.
Ingresso a US$ 11. Infelizmente, nas duas viagens não deu para visitá-lo.
O Museu do Jade é um prédio de cinco andares com amostras interativas. O curioso é que na Costa Rica não tem esta pedra preciosa, mas o país estava na rota de comércio entre a América do Sul e a do Norte. O Museu é muito interessante por contar a história da pedra e situá-la dentro da Costa Rica mostrando sua utilização por vários povos. Dá para ficar horas sem se cansar; e aprendendo. Abre todos os dias da semana das 8h às 17h. Ingresso para estrangeiro a US$ 16 e menores de 6 a 12 anos, US$ 2. Fica a 5 minutos a pé do Museu Nacional.
Já o Museu do Ouro desperta todo tipo de curiosidade que esse metal tem na história da humanidade e dá nas pessoas.
Existe uma informação de que o Museu, instalado num subterrâneo, tinha uma ligação, através de um túnel, com a Embaixada dos Estados Unidos…
O Museu não é só ouro. É numismática, arqueologia, arquitetura e artes visuais. Na apresentação o Museu informa: “Viaje conosco no tempo e encontre em nossa sala do Museu do Ouro Pré-Colombiano as chaves para mergulhar na história pré-colombiana do que hoje conhecemos como Costa Rica e compreender as contribuições de seus povos originários na construção de uma sociedade multiétnica e sociedade pluricultural”.
E, realmente, é uma viagem num edifício em forma de pirâmide invertida, em três pisos e 12 metros de profundidade. Fica numa caminhada de cerca de 6 minutos do Museu do Jade.
Estão em exposição cerca de 700 peças de ouro pré-colombiano o que dá para imaginar o quanto vale o que está à vista de quem visita.
Outro Museu que deve ser visitado com vagar para poder aproveitar todo o seu ensinamento.
Aberto todos os dias das 9h15 às 17h com ingressos a US$ 16 para estrangeiros.
Curiosidade: a Costa Rica tem minérios, com o ouro, mas a mineração é proibida no país em nome da sustentabilidade ambiental.
Comida
E se deu fome, San José tem uma cena gastronômica variada, mas deve-se procurar pela comida regional.
Como a Costa Rica produz 27 tipos de bananas, a fruta está presente em vários pratos, assim o coentro. Existe um prato similar ao nosso PF (plato hecho), que chamam de Casado, com arroz, feijão e uma carne.
Escalante é o bairro gastronômico da cidade, mas é no restaurante Sikwa que você terá uma experiência gustativa impressionante.
O Sikwa, do chef Pablo Bonilha, apresenta, desde 2018, a cozinha costarricense com receitas de seus antepassados, guardando a tradição dos povos originários.
Nosso grupo provou um menu de sete pratos, alguns deles que ainda não entraram no cardápio. Foi uma degustação de texturas, sabores e história. O Sikwa é o único do tipo na Costa Rica.
No cardápio, Corvina o pargo pequeno (600 gramas aproximadamente) frito entero sobre hash brown de plátano verde, ensalada fresca de chayote, berros y rábanos, ₡ 13.600 (R$ 124) ou Tamal de pejibaye com panzada de cerdo em adobo de Chilipinol & frijoles molidos com culantro coyote, ₡ 9.930 (R$ 91).
De terça a sexta, das 18h às 23h, e sábado, das 13h às 23h.
Não deixe de ir: vulcões
E San José tem vulcões para ver bem pertinho, um ainda ativo, outro extinto. Vale a pena conhecer os dois para ver as diferenças. O Poás é o vulcão que está ativo e ao se aproximar da cratera você começa a sentir cheiro de enxofre. Está a 2.687 metros de altura e a caminhada até a cratera é tranquila e você tem boa visão da boca do vulcão. O Parque fica aberto todos os dias das 8h às 16h e o ingresso para estrangeiros é de US$ 15.
Já o vulcão Irazú é uma visita completamente diferente do Poás. Sua última explosão foi em 1994 e ao entrar no Parque (aberto todos os dias das 8h30 às 15h30. US$ 15 o tíquete para estrangeiros) chegar à sua cratera é uma caminhada mais fácil que a do Poás. O interessante é você pode fazer uma caminhada sobre um leito que já expeliu lavas. Fica a 3.342 metros e o trajeto de carro (a 53 km do centro da cidade) é numa estrada sinuoso. Lá em cima, prepara-se: se o tempo estiver fechado, venta muito.
Duas opções de hospedagem em San José
A Costa Rica também é conhecida pelo seu café. Apesar de não ser um dos dez maiores produtores, o café costarricense cultivado em solos férteis de origem vulcânica e baixa acidez tem sabor especial. Passando num supermercado, compre e coloque na mala. Não vai se arrepender. E um dos hotéis sugeridos para ficar na capital, remete ao café no seu nome: Grano de Oro. É um hotel boutique que fica na antiga residência, de 1910, da família Pozuelo e tem arquitetura vitoriana. Abriu as portas como hotel em 1991 e, com uma ampliação numa segunda propriedade também dos Pozuelo, tem 34 apartamentos. Pode escolher entre ficar numa acomodação Standard, Superior, Deluxe Patio, Deluxe King, Deluxe Queen, ou numa das três Suítes (Garden, Jardim Privado ou Family).
O De Luxo Pátio é uma surpresa ao entrar: tem pequeno pátio com cadeiras e uma fonte d’agua que embala o sono. A diária nela é de US$ 260 + 13%.
Se puder, faça uma refeição no restaurante porque vai valer a pena.
E ainda falando de café, faça uma visita ao Teatro Nacional, edificação de 1890. Paga-se ₡ 3,5 mil (R$ 33) para fazer a visita. No Teatro, tem o Alma Café com um cardápio com diferentes tipos de café.
O DoubleTree by Hilton Hotel Cariari tem uma proposta totalmente diferente, já que é hotel de uma bandeira internacional. Com apartamentos amplos (são nove opções de acomodações), o Cariari tem uma piscina enorme e uma jacuzzi que funciona à noite, muito bem-vinda após os passeios. À noite, pode tentar a sorte no cassino e, quem sabe, pagar a viagem.
Foi o nosso hotel da última noite na Costa Rica, onde o Instituto Costarricense de Turismo nos presenteou com um espetáculo de swing crioulo com o grupo La Cuna del Swing.
A 42 km de San José, Cartago, cidade histórica por ser o primeiro assentamento espanhol na Costa Rica, de 1563, fica aos pés o Irazú que destruiu a cidade em 1723. Aqui está a Hacienda Orosi um encanto de águas termais. Espaço bem cuidado e pequeno, sem muita agitação, portanto, essas águas termais com sete piscinas com temperatura entre 34ºC e 39ºC são água geotérmicas que fluem naturalmente do solo e se aquecem devido a atividade vulcânica da região.
Diz que tem qualidades terapêuticas e relaxantes. Não podemos aproveitar porque caiu uma tempestade quando chegamos e só fizemos uma refeição no restaurante do local. Abre todos os dias da semana das 9h às 20h, a partir de US$ 45 com direito a um armário e uma toalha. Tem vestiário.
Em Cartago, a Basílica de Nuestra Señora de Los Ángeles é uma construção muito bonita erguida sobre o santuário onde está a pedra onde apareceu a Virgen de Los Ángeles, conhecida como “Negrita” pelo povo da Costa Rica, a santa do país.
É emocionante ver a devoção das pessoas aos pés da pedra, tocando a imagem da santa e compenetrados orando. Clicando nesse link você lê a história da santa que apareceu para uma jovem em 1635.
Rumo à aventura no Caribe Norte
Pegando a Ruta 32 que corta o Parque Nacional Bráulio Carillo, cruza-se o único túnel da Costa Rica (são 575 metros de comprimento), passa pela floresta onde foram tomadas imagens do filme “Jurassic Park”, e chega-se ao Parque Nacional Tortuguero para iniciar dias impactantes.
Após quase 3 horas de viagem – com uma parada para café da manhã no restaurante El Ceibo – estamos em La Pavona, à beira do Rio La Suerte. Aqui, deixamos o continente para entrar num barco, percorrer por quase uma hora o La Suerte e ir ao encontro da Isla Samay, um pedaço de terra que fica entre o continente e o Mar do Caribe.
No barco, numa viagem tranquila, passando também pelo Rio La Penitencia, sob um calor forte, vimos algumas aves e um jacaré. Acho que todos estavam n’água, a melhor opção para aquela hora do dia.
O calor é escaldante, já que adentramos numa floresta tropical úmida. Por isso a recomendação para colocar na mala: 1. uma camiseta para o dia e outra para a noite; mochila impermeável; 3. Repelente (se bem que não tive problemas com mosquitos); 4. Protetor solar; 5. Garrafa para repor água e 6. Capa de chuva.
É muito legal chegar de barco a Samay e descobrir que o turismo pode ser feito em qualquer lugar. Ali, onde vamos ficar por dois dias (é pouco), tudo só chega por barco. Os hotéis recebem seus suprimentos semanalmente por isso se você tem alguma restrição alimentar tem que avisar com antecedência, e incrível, tem internet.
Este canto da Costa Rica além de ser um destino de ecoturismo na veia é, também, local para pesca esportiva. Entre outubro e novembro, pescadores, alguns brasileiros, vão atrás do Sábalo, no Brasil conhecido como Curimbatá, que pode pesar até 7 quilos.
Atracar no Pachira Lodge e dar depois de poucos passos com uma piscina é uma imagem impactante por encontrar esse tipo de estrutura quase no meio de nada.
Vale o alerta: você está num destino de ecoturismo, então não espere suntuosidade, mas terá nos doze hotéis que estão ali, acomodações muito boas e tudo o que precisa para ficar bem hospedado. É um ecoturismo sem perrengue. Mas você vai encontrar várias teias de aranha pelo seu caminho. E dos mais diferentes tipos.
O Parque Bráulio Carillo tem uma área de 47,5 hectares onde vivem mais de 500 espécies de aves e mais de seis mil de plantas.
E se tem enjoo por andar de barco, pode levar remédio porque o carro em Tortuguero é o barco para qualquer coisa. E mais: prepare-se para acordar cedo. Todas as atividades fora dos hotéis começam logo cedo. A justificativa: é quando a vida selvagem está mais ativa. Ah! E em Tortuguero, ao contrário de San José, não é recomendável tomar água da torneira.
Meu chalé no Pachira (são 80 apartamentos), no meio da mata, tinha 14 janelas, todas com mosquiteiro, mas não tem frigobar, tv ou cofre. Tem ventilador de teto. E, apesar de estar sozinho, colocaram quatro toalhas à disposição. À princípio, não entendi, mas após o primeiro banho e ao tomar o segundo, a explicação: a umidade não deixa a toalha secar. Diárias a partir de US$ 300 com refeições.
Ao lado do Pachira, do mesmo grupo hoteleiro, está o Aninga Lodge, com 33 bangalôs construídos sobre palafitas para preservar a circulação dos animais. Tem acomodações para uma, duas ou três pessoas e a diária sai a partir de US$ 300/pessoa all inclusive. No Aninga fica o Spa que pode ser usado também pelos hóspedes do Pachira.
São várias as atividades para fazer em Tortuguero. Sempre na natureza.
De barco, logo cedo, antes das 7h, no Lago de Tortuguero passeamos para observar a biodiversidade, principalmente pássaros, macacos (são três espécies: mono Colorado, Cariblanco e Congo) e bichos preguiça. Os olhos do guia e do condutor do barco são de lince, porque encontram os animais onde só enxergamos o verde das árvores. O passeio é tranquilo porque a água parece um tapete. O passeio está incluso na diária do Pachira Lodge.
Noutro dia o grupo se dividiu: a maioria preferiu pegar caiaque e remar pelos canais de Tortuguero, que são cinco, enquanto outro, nesse eu, fomos ao Cerro Tortuguero para fazer uma trilha e ir a um mirante. A trilha é fácil, calçada, mas chegar ao mirante é um desafio: são 433 degraus e ao final você está a 119 metros acima do nível do mar.
O Cerro é um vulcão extinto e do mirante se tem uma ampla vista do Parque, das comunidades de Tortuguero e São Francisco e dá para olhar até onde a vista alcança.
Durante a trilha o guia Ruben Aragon, da Banana Tour, explica sobre plantas e bichos e mostra uma caverna onde dormem inúmeros morcegos. São 11 tipos no país, sendo dois deles vampiros.
O Parque abre das 6h às 12h e das 13h às 16h, e estrangeiros pagam US$ 16,95. O passeio dura mais de duas horas.
O Parque Nacional foi criado em 1970 e a partir dessa data todo o local foi protegido. Mas como já tinham moradores, foi permitida a presença deles no Parque. São cerca de 1,2 mil os habitantes locais (80% da Nicaragua) e a maioria mora em Tortuguero Downtown. Esse “centrinho” tem lojas, restaurantes, bares e pousadas numa rua de quase 1 km. Os restaurantes fecham às 20h30.
Aqui, no Caribe Norte da Costa Rica é local de preservação de tartarugas e para protegê-las tem o Sea Turtle Conservancy. São 29 km de praias que não podem ser usadas por turistas para banho.
Quando visitamos a ONG, dois brasileiros – Larissa Andrade, veterinária, e Daniel Cutrim, biólogo – estavam prestando trabalho ali.
A Sea Turtle faz a contagem de ninhos e monitora as tartarugas Baula (a maior do mundo podendo chegar a 2 metros de comprimento e pesar até 700 quilos), Verde e Carey (tartaruga-de-pente).
As tartarugas que nascem na costa caribenha da Costa Rica retornam ao mesmo local 25 anos depois para depositar seus ovos.
É possível fazer um passeio noturno para ver a desova, mas não tivemos sorte. A noite estava chuvosa e muito escura e nosso guia, Castor, foi muito indelicado e grosso com o grupo o que nos fez encurtar o passeio que seria de mais de duas horas para 50 minutos.
Mesmo assim, foi possível ver uma Baula fazendo a desova.
Apesar da nossa experiência não ter sido a melhor, é um passeio que recomendo. US$ 40.
Outro passeio bem legal é jantar num restaurante flutuante. Com capacidade para 24 pessoas, o Katonga sai do Mawamba Lodge às 19h e navega suavemente pelo Lago. Por US$ 42/pessoa você tem um menu completo com aperitivos, entrada, salada, prato principal e sobremesa. A comida é saborosa. Você retorna por volta das 21h.
O grupo visitou outros hotéis.
O Laguna Lodge tem 110 apartamentos para acomodar até 250 pessoas. Os quartos são espaçosos oferecendo todo o conforto e, na frente dos apartamentos, tem cadeiras para aproveitar o frescor da noite. Fica no lado do continente com fundos para o Mar do Caribe. Aceita hospedagem a partir de duas noites com pensão completa a US$ 332/pessoa.
Menor, na mesma margem do Laguna, o Mawamba Lodge tem 52 quartos (de 17 m² e 30 m²; tem apartamento adaptado para portadores de necessidades especiais) para uma lotação de até 130 pessoas. Mawamba quer dizer “fortaleza verde” na língua suajili, do Quênia. O hotel tem piscina. Pacote para três dias e duas noites sai a US$ 215/pessoa por dia no sistema all inclusive.
E com 66 apartamentos (quatro para PcDs), o Evergreen Lodge fica entre um canal e o Lago. Com piscina e dois restaurantes, para ficar dois dias e uma noite, a tarifa está a partir de US$ 276,60, também com refeições.
Todos os hotéis oferecem diversos tipos de passeios e cada um tem seus barcos para transportar seus hóspedes.
A boa vibe de Puerto Viejo no Caribe Sul
Para ir ao Caribe Sul, a partir de Tortuguero só de barco (algumas horas de navegação) ou voo. Dentro do Parque tem uma boa pista de pouso explorada pela companhia aérea Sansa Airlines que, aliás, faz várias rotas internas na Costa Rica.
Voando modelo Caravan para até nove passageiros, o voo Tortuguero-Limón foi de pouco menos de 20 minutos sobrevoando a costa do Mar do Caribe. No nosso caso, o Instituto fretou uma aeronave, para ir a Limón tem que ir até San José (30 minutos de voo) e dali pegar outro voo até Limón (mais 40 minutos) num custo total de US$ 225 (R$ 1.110). Ou seja, é preciso voltar a La Pavona e pegar a rodovia para chegar à capital.
O pouso em Limón, onde existem dois portos para receber cruzeiros (são 215 por temporada), foi em frente à Ilha Uvita que foi uma parada para Cristóvão Colombo em sua última viagem às Américas, em 1502 (ele descobriu a América em 1492). Colombo permaneceu duas semanas na Ilha quando fez contato com cerca de trezentos indígenas que, conta a história, estavam vestidos de ouro.
Mas nosso destino era ainda mais ao Sul, a 60 km de Limón: Puerto Viejo de Talamanca. A fronteira com o Panamá fica a apenas 45 km de distância.
Aqui, nesta pequena vila praiana, a vibe é afro-caribenha: surfe, tuk-tuk circulando por ruas pequenas, várias lojinhas e música reggae e reggaeton. Se sentir um cheiro estranho no ar, e pensou que era aquilo, é aquilo mesmo: marijuana. O vilarejo tem um vibe hippie.
São seis praias – Playa Negra, Grande, Cocles, Manzanillo, Ponta Uva e Chiquita – para curtir a temperatura média de 26ºC (as chuvas são entre junho e agosto e novembro e janeiro). O tempo na nossa estadia estava nublado mas praias têm mar calmo, de água norma, boas para famílias.
A rua principal é de muita agitação e o grupo almoçou no Tamara, restaurante de culinária caribenha bem no centrinho. Feitos os pedidos, alguns enquanto aguardavam os pratos foram conhecer as lojas do entorno. Deu para visitar umas quatro e, inevitavelmente, fazer umas comprinhas…
O Tamara é um dos restaurantes conhecidos como “soda” que são restaurantes de refeições populares, comida caribenha e mais em conta. Foi fundado por um nativo, Edwin Patterson, em 1981. O ceviche de camarão, como entrada, sai a ₡ 6 mil (R$ 55), uma mariscada com lagosta para duas pessoas, ₡ 35 mil (R$ 321) e um polvo com alho, grelhado, salsa caribenha e caribbean sauce, ₡ 9 mil (R$ 82).
Nossa hospedagem foi em uma nova surpresa, no Le Cameleon Boutique Hotel, o primeiro desse tipo na região.
É de tirar o fôlego a capacidade dos arquitetos e designers na construção dos hotéis na Costa Rica. Em todos dessa viagem ao Caribe e da outra ao Pacífico, os hotéis oferecem um conforto que faz você pensar: “Vou ficar aqui sem fazer nada!”. E, sim, não se acanhe, fique mesmo. Aproveite tudo de cada hotel, mesmo que tire um dia para ficar nele sem fazer algum passeio. Não é desperdício, já que você está pagando por toda a estrutura que ele oferece.
Aberto em 2009, o Le Cameleon tem apartamentos Ocean Premium Suite, Le Cameleon Suite, Ocean Suite com frente para a praia, Junior Suite, Deluxe Room, Family Room, Superior Room, Standard Room e a Romantic Suite que tem uma piscina privada e fica de frente para a praia. Os apartamentos estão entre a vegetação do hotel numa área de 1 hectare, o que permite ver aves, macacos e preguiças. São duas piscinas, uma com jacuzzi.
No nº 7.040 na Escuela de Cocles, o hotel fica no lado direito, mas cruzando a rua está o Gigi Beach uma enorme área (ali está a outra piscina com borda infinita) onde fica o restaurante (café da manhã é com a brisa do mar), cadeiras de praias e, a Praia de Cocles que é ideal para surfistas. A praia, diga-se, não é privada.
Um dos sócios do Le Cameleon é o tunisiano Mag Phil Ben Abdelkader, que estava no hotel e conversou com o grupo. Outro que conversou, mas em português com sotaque carioca, foi Klaus Duarte, brasileiro que girou o mundo trabalhando em hotéis e no Le Cameleon é responsável pela hospitalidade, serviço que desenvolve muito bem porque toda a equipe é simpática e atenciosa.
Diárias a partir de US$ 300.
E se você reclama dos preços de salgados e refeições em Aeroportos, lá vai: um misto quente e uma Coca-Cola no Aeroporto de Tocumen, na Cidade do Panamá, lá vai: US$ 16,50 (R$ 82).
Preguiças
Viajando pela Costa Rica você vai ouvir falar muito em bichos preguiça, os perezosos para os costarricenses. Em Cahuita, a 16 km de Puerto Viejo, tem um santuário desses bichinhos que, infelizmente, não pudemos visitar por estar passando por reformas. Tours das 8h às 14h com passeios de 1 hora e não abre nas segundas. A partir de 13 anos paga US$ 28 e de 5 a 12 anos, US$ 15.
O voo
Ida e volta foi pela Copa Airlines. De São Paulo a San José é um voo de quase 9 horas. Destacando que na Cidade do Panamá são 2 horas a menos que o Brasil, e na Costa Rica, 3 horas. O voo tem escala na Cidade do Panamá (entre 30 minutos e 1 hora). Panamá-San José são menos de 50 minutos de voo. O retorno é praticamente o mesmo tempo.
Na ida, infelizmente o equipamento usado pela Copa já estava bem usado. Era um 737-800 que causou muito desconforto no grupo. Um detalhe do voo na ida: três cachorros foram à bordo na cabine dos passageiros. A da foto ao lado, chegaria ao Panamá e voaria até o Canadá onde a sua tutora estava indo morar para fazer pós-graduação. A volta, porém, foi num 737 Max, bem mais confortável.
Um voo de 21 a 28 de outubro (a alta temporada na Costa Rica é de novembro a maio e a baixa de setembro a outubro) com uma mala despachada de 23 quilos sai a partir de R$ 3,3 mil ida e volta.
Levar colones?
Nem se preocupe em levar colones. Todo comércio aceita dólar (em alguns até o troco é em dólar) e se precisar fazer câmbio, pode fazer na recepção dos hotéis.
Cansado do voo
Na volta ao Brasil às vezes não se consegue uma conexão perto do horário do desembarque. Primeiro, porque o Terminal 3, o internacional do GRU Airport, é muito longe do doméstico e, segundo, tem que pegar a bagagem e passar pela aduana e, se você for sortudo, pode apitar e ser selecionado para inspeção.
Por isso, uma boa providência é usufruir do W Premium Lounge do Terminal 2. Ele fica à esquerda logo depois de passar pelo raio X.
Espaçoso e confortável, aberto 24 horas, com comidinhas (inclusive para vegetarianos e veganos) e bebidas. Se precisar, tem ducha.
O acesso para 1 hora é de R$ 130; crianças R$ 66.
Foi uma viagem e tanto. Costa Rica deixa, por tudo o que oferece, vontade de “vou voltar”. Na GR Turismo você vai encontrar as melhores informações para fazer uma viagem para aproveitar de tudo da Costa Rica, seja do Caribe ou do Pacífico. Costa Rica, o país da sustentabilidade, de hotéis maravilhosos, aventuras, da Pura Vida, praias azuis e vulcões te espera.
Jean Luiz Féder, jornalista associado à Abrajet-PR